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TRABALHOS FEITOS...TECNOLOGIA DE INFORMACAO E COMUNICACAO

TRABALHOS FEITOS 
TECNOLOGIA DE INFORMACAO E COMUNICACAO

1. INTRODUÇÃO

Num contexto de crise económica e de profundas mudanças no mercado das
Tecnologias da Informação (TI), torna-se relevante analisar que impacto as TI têm tido
na gestão das empresas a nível nacional, e que possibilidades e oportunidades poderão
proporcionar no futuro do tecido empresarial português.
Neste sentido, é fundamental compreender que políticas são praticadas ao nível das
Tecnologias de Informação pelas PME mais relevantes em Portugal, que tipos de
investimentos têm feito nesse âmbito e que resultados têm obtido com essas mesmas
estratégias.
Por outro lado, importa perceber que expectativas as organizações têm em relação ao
futuro das TI e que planos têm em relação ao investimento em TI.
O objetivo do levantamento da teoria já existente, será de a enquadrar com o que atualmente o mercado das TI tem para oferecer às PME. Dá-se um maior enfâse em ferramentas de apoio à gestão, tais como as aplicações empresariais (ERP, CRM, etc), o que contribuirá para que as PME possam identificar e compreender qual a forma mais eficiente de fazer a gestão do investimento em TI com o intuito de obterem vantagens competitivas.
Este trabalho pretende contribuir para chamar a atenção das PME para a importância da
adaptação dos seus processos de negócio às novas soluções tecnológicas, com a
finalidade de se diferenciarem face à concorrência.
O Mercado das Tecnologias de Informação apresenta-se hoje para as PME como um
quadro de grande dinâmica e oportunidades, sendo as Tecnologias da Informação
encaradas como uma alavanca da produtividade e da competitividade das empresas.

2. OBJECTIVOS

2.1. OBEJECTIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo de estudo a análise do modo como as PME em Portugal
utilizam e avaliam o impacto das Tecnologias de Informação na sua atividade.

2.2. OBJECTIVOS ESPECIFICOS

Este trabalho tem como principal motivação no contexto das PME responder às seguintes
questões:
i) Identificar que tipos de investimentos em TI são realizados pelas empresas. Para isso
importa conhecer que tipo de aplicações empresariais e inovações tecnológicas o
mercado das TI tem atualmente para oferecer às organizações;
ii) Conhecer os planos de investimento em TI das empresas param os próximos anos. Nesse sentido, torna-se relevante identificar quais as tendências do mercado das TI e das suas ferramentas de apoio à gestão das empresas;
iii) Compreender o impacto que as TI têm tido nas empresas e que benefícios e contrariedades estão associadas à sua utilização.
É fundamental avaliar os impactos de um ponto de vista organizacional, nomeadamente ao nível dos processos de negócio da empresa e da produtividade e, de um ponto de vista competitivo, ou seja, ao nível da estratégia da empresa, no sentido de compreender de que forma as empresas podem obter vantagens competitivas através da utilização de Tecnologias de Informação.

3. REFERÊNCIA TEÓRICA

Informação, Sistemas de Informação e Tecnologias de Informação, são conceitos com
inúmeras interpretações de diferentes autores e, sendo elementos fundamentais para a
gestão das empresas, é importante apresentar definições concretas e rigorosas destas
palavras-chave.
O termo Informação pode ser definido da seguinte forma: “conjunto de dados que,
quando fornecido de forma e a tempo adequado, melhora o conhecimento da pessoa que
o recebe, ficando ela mais habilitada a desenvolver determinada actividade ou a tomar
determinada decisão (Galliers, 1987). É interessante notar que a utilidade e o valor da
informação são determinados pelo utilizador nas suas ações e decisões, não sendo só
por si uma característica dos dados (Liebenau e Backhouse 1990). Assim, a utilidade e o
valor da informação dependem do contexto em que são utilizados (Galliers 1987). A
importância da informação nas organizações reflete-se no facto de ser considerada e
utilizada como um factor estruturante e um instrumento de gestão da organização, bem
como uma arma estratégica indispensável para a obtenção de vantagens competitivas
(Amaral, e tal., 2000).
Com base no conceito de Informação e sendo um sistema, “um complexo de elementos
em interação” (Galliers 1987), pode-se definir Sistemas de Informação (SI). Os autores
Laudon e Laudon (2007) definem Sistemas de Informação com base numa perspectiva
técnica e numa perspetiva empresarial.
De um ponto de vista técnico, os SI são um conjunto de componentes que recolhem,
processam, armazenam e distribuem informação com finalidade de dar suporte à tomada
de decisões e controlo numa organização (Laudon e Laudon, 2007).
Para estes autores os sistemas de informação contêm a informação sobre a organização
e o seu meio envolvente. São 3 atividades que geram a informação que uma
organização necessita: o input que recolhe a informação, o processamento e o output
que transmite a informação processada para os stakeholders (colaboradores,
fornecedores, clientes e entidades reguladoras) da organização. O feedback resulta da informação gerada pelo output, que será usada pela organização para avaliar a qualidade
da informação recolhida.
De um ponto de vista empresarial, os autores destacam o papel da interação da
empresa com o meio envolvente e o papel do sistema como solução aos problemas que
surgem dessa interação. Laudon e Laudon (2007) definem SI como uma solução
organizacional e de gestão, baseada em tecnologias de informação, em resposta a um
desafio apresentado pelo meio envolvente.
Para Amaral et al. (2005), os SI são a combinação de procedimentos, informação,
pessoas e Tecnologias de Informação (TI) organizadas para o alcance de objetivos de
uma organização.
Os sistemas de informação abrangem, portanto o conjunto de atividades estratégicas,
de gestão e operacionais, envolvidas na recolha, processamento, armazenamento,
distribuição e utilização de informação, e tecnologias associadas, numa organização
(Amaral et tal., 2005), contribuindo para o planeamento, tomada de decisões e controlo
da organização.
O papel da gestão é saber lidar com as inúmeras situações enfrentadas pelas
organizações, tomar decisões e formular planos de acção para fazer face aos problemas.
Os gestores percepcionam na envolvente desafios de negócios, definem uma estratégia
organizacional para responder a esses mesmos desafios e procedem à alocação de
recursos humanos e financeiros param coordenar o trabalho e atingir o sucesso (Laudon e
Laudon, 2007).
Para cada nível da organização, os SI suportam as principais áreas funcionais de
negócio. Os sistemas de vendas e marketing ajudam a empresa a identificar clientes para
os seus produtos ou serviços, desenvolver produtos e ir de encontro às necessidades dos
clientes. Por outro lado, os sistemas de produção lidam com o planeamento,
desenvolvimento, produção e controlo de produtos e serviços. Para a área financeira os
sistemas têm o papel de gerir os activos financeiros e necessidades de investimento ou
financiamento, bem como do registo contabilístico das transações (Rascão, 2004). Por
último, os sistemas de recursos humanos contribuem para a gestão do pessoal e a sua
respectiva formação, performance e desenvolvimento de competências e carreira
(Applegate et al., 2007).
representam o modo como as organizações exercem a sua atividade. Os SI poderão
proporcionar a optimização de processos de negócio, contribuindo para uma
organização se tornar mais flexível e eficiente.
Os Sistemas de Informação são, portanto um conjunto de atividades de valor
acrescentado com o papel de maximizar a performance organizacional e o carácter
lucrativo da empresa (Rascão, 2004). Para atingir esses objetivos são usadas as
Tecnologias de Informação, que sustentarão mudanças estruturadas ao nível gestão e da
organização, nomeadamente novos modelos de negócio, novos processos de negócio,
cultura organizacional consolidada, políticas de investimento e inovação (Serrano et al.,
2004). As Tecnologias de informação e o pessoal afecto à sua gestão constituem a infraestrutura
TI da empresa. Essa infraestrutura fornece a plataforma sobre a qual a
empresa constrói os seus Sistemas de Informação.

3.2. INFRA-ESTRUTURA TI

O termo tecnologias de informação (TI) pode ser definido como o conjunto de
processos cognitivos (software) e materiais (hardware) necessários para a realização de
uma atividade de captação, processamento, memorização ou emissão da informação
(Serrano et al, 2004).
As tecnologias da informação (TI) têm evoluído nos últimos anos de forma muito
significativa, permitindo aperfeiçoar o funcionamento do sistema de informação
organizacional. As TI possibilitam não só um aumento da eficiência do sistema de
informação da empresa, como permitem a obtenção de vantagens competitivas em
relação aos concorrentes, contribuindo desta forma para o desenvolvimento e
crescimento da organização.
Segundo O´Brien et al.. as TI englobam, cada vez mais, não apenas a componente
informática tradicional (hardware e software), mas também a gestão de base de dados e
os sistemas de telecomunicações e redes (TIC). Portanto, o investimento em SI/TI
poderá envolver a aquisição de hardware, software, serviços de comunicação ou
serviços de desenvolvimento de soluções à medida, quer seja recorrendo a recursos
internos ou a fornecedores externos (outsourcing), com o objetivo de melhorar o
sistema de informação de uma organização (Serrano et al, 2004).
Segundo Laudon e Laudon (2007), os principais componentes da infraestrutura TI são:
           ·            Plataformas de hardware de computador (esta componente inclui equipamentos
como computadores, PDAs e as máquinas dos servidores);
           ·            Plataformas de sistemas operativos (engloba os sistemas operativos que gerem
os recursos e atividades dos computadores, como por exemplo o Windows ou
Linux);
           ·            Redes e telecomunicações (inclui equipamentos e ferramentas como telefones,
sistemas de videoconferência ou a Internet);
           ·            Serviços de consultoria (empresas que implementam e integram sistemas,
prestando serviços de outsourcing);
           ·            Software de gestão de dados (ferramentas responsáveis pela organização e
gestão das base de dados da empresa, como por exemplo SQL);
           ·            Plataformas de Internet
           ·            Plataformas de software empresarial.
Como referido anteriormente, reveste-se de maior relevância neste trabalho e no seu
âmbito o levantamento teórico sobre a componente de software empresarial,
nomeadamente ferramentas de apoio à gestão como as aplicações empresariais ERP,
CRM e SCM, e outras aplicações tais como Software as a Service (SaaS), EAI,
Business Inteligência e Gestão Documental.

3.3.APLICAÇÕES EMPRESARIAS

Atualmente, muitas empresas estão a usar as tecnologias de informação para
desenvolver a integração de sistemas empresariais que mudam as funções de negócio
tradicionais, no sentido de promover a reengenharia e a optimização de processos de
negócio vitais para toda a organização (O´Brien et al. 2008). Estas empresas vêem as
aplicações empresariais como um meio estratégico, no sentido de usar as TI para
partilhar informação, aumentar a eficiência dos processos de negócio e desenvolver
relações estratégicas com os clientes, fornecedores e parceiros de negócio ( Applegate et
al., 2007 ).
No âmbito das aplicações empresariais importa destacar 3 tipos de software com
crescente preponderância na gestão das empresas: ERP ( Enterprise Resource Planning ),
CRM (Customer Relationship Management) e SCM (Supply Chain Management ).
Enquanto que os sistemas ERP se concentram na eficiência da produção, distribuição e
processos financeiros da empresa, ou seja, na gestão da empresa como um todo, os
sistemas de CRM focalizam-se em acrescentar e fidelizar clientes rentáveis para a
organização através de marketing, vendas e serviços (Serrano et al, 2004).
Quanto aos sistemas SCM, ou gestão de cadeia de abastecimento, centram-se no
desenvolvimento de processos eficientes e efetivos com os fornecedores para a obtenção de produtos e serviços necessários à atividade da empresa (O´Brien et al.
2008).

3.4. SISTEMIC ERP

Os sistemas empresariais (ERP) consistem em packages de software que utilizam uma
única base de dados, que permite a integração, em tempo real de todos os Sistemas de
Informação transacionais e processos de negócio da organização. Esta base de dados
recolhe dados dos vários departamentos da empresa e dos processos de negócio da
organização relativos à produção, finanças, vendas e marketing e recursos humanos,
tornando os dados acessíveis para aplicações que suportam as atividades de negócio da
organização (Laudon e Laudon, 2007). Ou seja, quando determinada informação é
inserida por um processo, ela torna-se imediatamente disponível para outros processos
de negócio (Serrano et al, 2004).
Para O´Brien et al.(2008), um sistema ERP é um sistema integrado de aplicações com
vários módulos cobrindo as diversas áreas de uma empresa (financeira, logística, vendas
ou recursos humanos) e suportando os processos de negócio inerentes à sua atividade.
Estes sistemas são fundamentalmente caracterizados pela possibilidade de parametrização, de forma a facilitar a sua adaptação a processos e contextos organizacionais distintos. Procuram substituir o enorme número de diferentes aplicações específicas que proliferam em algumas organizações que apresentam problemas de integração de dados e processos, com a finalidade de melhorar a produtividade, reduzir custos e obter uma maior eficiência do desempenho dos processos de negócio (Serrano, et al., 2004).
Laudon e Laudon (2007) dividem os processos de negócio suportados pelos sistemas
ERP de acordo com as principais áreas de uma organização. Nos processos financeiros
incluem-se toda a gestão de contas a pagar e a receber, tesouraria, contabilidade
analítica, fiscalidade, gestão de crédito, financiamentos e reporting financeiro. Quanto
aos processos relativos à produção e logística referem-se, entre outros, a gestão do
inventário, planeamento de produção, controlo de qualidade, distribuição, compras,
planeamento de necessidades de materiais e transporte. Processos relativos a recursos
humanos incluem gestão salarial, planeamento do pessoal, reporting de despesas com
pessoal, gestão da alocação do pessoal e gestão de compensações e benefícios. Por
último, processos de vendas e marketing incluem planeamento e previsão de vendas,
processamento de encomendas, quotas, gestão de preços e faturação.
Um sistema ERP canaliza o fluxo de dados da organização e permite uma prática de gestão com acesso direto à informação em tempo real e a dados de qualidade, desde que as bases de dados estejam corretamente implementadas (Serrano et al, 2004). É consensual para grande parte dos autores que os sistemas de ERP oferecem um grande potencial de benefícios e que podem resolver, fundamentalmente, problemas de integração de aplicações e contribuir para a disciplina de regras e procedimentos na organização, proporcionando uma oportunidade para que os processos organizacionais tradicionais sejam modificados e optimizados (Amaral et al., 2005).
Mas por outro lado, também são referidos por muitos autores as ameaças e riscos associados à implementação de sistemas empresariais. Fatores como a resistência à mudança, custos excessivos ou inadequação do sistema aos processos organizacionais são dificuldades a serem tomadas em conta (Laudon e Laudon, 2007).
As aplicações empresariais apresentam, frequentemente, uma elevada complexidade na
sua implementação, devido ao seu carácter transversal e às mudanças organizacionais
que a sua adopção normalmente implica, envolvendo incontornavelmente muitos recursos da organização (Serrano et al., 2004).
Nesse sentido o papel da gestão será fundamental no sentido de promover a mudança
dentro da organização e fazer um planeamento muito cuidado da implementação do
sistema ERP.
Para uma implementação bem sucedida, reveste-se de extrema importância a necessidade de as organizações, ao instalarem um sistema empresarial, adaptarem e repensarem os seus processos, de acordo com os requisitos do sistema (Serrano et al, 2004).

3.5. CRM

Os sistemas CRM (Customer Relationship Management) ajudam a empresa a gerir a
relação com os seus clientes. Estes sistemas fornecem informação para coordenar todos
os processos de negócio da empresa que lidam com vendas, marketing e serviços, no
sentido de optimização da satisfação e retenção de clientes. A informação gerada ajuda
a organização a identificar, atrair e reter os clientes mais rentáveis, proporciona um
melhor serviço aos clientes já existentes e, assim, procura contribuir para o aumento do
volume de negócios da organização (Laudon e Laudon, 2007).
Para o Gartner Group (2008), segundo uma perspectiva tecnológica, os sistemas CRM
consistem na recolha dos dados do cliente, consolidação de todos os dados relativos ao
cliente numa base de dados central, análise dos dados consolidados, transmissão dos
resultado da análise para toda a organização e consequente utilização das informações
geradas no processo de contacto com o cliente.
Portanto, CRM é uma aplicação empresarial usada com o intuito de compreender e
antecipar as necessidades dos atuais e potenciais clientes da organização.
O software CRM ajuda as áreas de vendas, marketing e serviços da organização a recolher e reter informações e dados relevantes sobre os contactos tidos com os clientes, bem como as oportunidades de negócio proporcionadas com esses contactos. A informação é recolhida através dos pontos de contacto com o cliente, nos quais se incluem o telefone, fax, correio eletrónico, portal da empresa ou lojas de retalho. A informação retida é armazenada numa base de dados de clientes comum a toda a organização, que é disponibilizada através da Internet, Intranet ou de outras aplicações CRM (O´Brien et al. 2008).
Para a área de vendas os sistemas CRM contribuem para os vendedores aumentarem a
sua produtividade, focando os seus esforços nos clientes mais rentáveis através de ferramentas que disponibilizam informações sobre atuais e potenciais clientes e seus respectivos perfis e as características dos produtos e serviços a serem vendidos (Applegate et al., 2007).
Os módulos de Marketing dos sistemas CRM suportam as campanhas de marketing direto fornecendo a capacidade à organização de recolher e analisar dados dos clientes, disponibilizar informações sobre os produtos e serviços oferecidos pela empresa, estabelecer prioridades para a estratégia de marketing e forma de contacto com o Cliente.
Para a área de serviços e apoio ao cliente, os sistemas CRM fornecem informação e
ferramentas que proporcionam o aumento da eficiência dos call centers e serviços de apoio ao cliente, reduzindo a duração de transação e proporcionando uma maior qualidade no contacto com o cliente a um menor custa (Laudon e Laudon, 2007).
Os sistemas CRM poderão também incluir funcionalidades via Internet, Intranet ou
Extranet fornecendo informações sobre os serviços ao cliente e suas características.
Ultimamente tem-se verificado um crescente grau de relevância de sistemas de CRM
orientados também para os parceiros de negócio das organizações. Os sistemas Partner
Relationship Management aplicam a maior parte das ferramentas utilizadas pelos
sistemas CRM para fomentar e relação da empresa com os seus parceiros, tais como
distribuidores e fornecedores, no sentido de optimizar e coordenar as vendas e serviços
aos clientes em todos os canais de marketing da organização (O´Brien et al. 2008).
As possibilidades e benefícios inerentes aos sistemas CRM nem sempre estão garantidos. Para a implementação menos bem sucedida na organização podem contribuir fatores como a resistência interna à mudança ou a inadequação dos processos de negócio da empresa ao sistema CRM (Applegate et al., 2007).
Sendo o CRM uma aplicação empresarial, este software é orientada para os processos
de negócio, incorporando para esse efeito inúmeros processos que pretendem
representar as melhores práticas em cada área. Para maximizar os seus benefícios, as
empresas necessitam de rever e mudar os seus processos de negócio para se adaptar às
melhores práticas proporcionadas pelo software de CRM (Laudon e Laudon, 2007).

3.6. SCM

Atualmente, muitas empresas estão a estabelecer a gestão da cadeia de abastecimento
(SCM) como um dos objetivos estratégicos prioritários na sua gestão. Fundamentalmente, a gestão da cadeia de abastecimento ajuda a empresa a obter os produtos adequados, no sítio certo, no momento certo, na quantidade apropriada e ao melhor preço. A finalidade da SCM (Supply Chain Magamenet) é gerir eficientemente esse processo, através de previsões de procura, controlo do inventário, fomento da rede de relações que empresa tem com os seus clientes, fornecedores e distribuidores e de
feedback permanente entre os elementos da cadeia de abastecimento (O´Brien et al. 2008).
O objetivo da SCM é criar uma cadeia de abastecimento rápida, eficiente, ágil e de
baixo custo, com a finalidade da organização conseguir dar resposta à procura dos seus
clientes e às necessidades dos seus fornecedores (Laudon e Laudon, 2007).
O software de cadeia de abastecimento pode ser classificado conforme se destine ao
planeamento da cadeia de abastecimento ou à execução dessa mesma cadeia.
Por um lado, os sistemas de planeamento da cadeia de abastecimento possibilitam à
empresa gerar previsões de procura para determinado produto e desenvolver planos para
a produção desse mesmo produto. Estes sistemas têm com principais capacidades:
elaborar planos de encomendas, de acordo com o nível de procura do cliente e possíveis
constrangimentos na distribuição e produção; planeamento e agendamento da produção
rigoroso; planeamento da procura, gerando previsões de procura com base em
ferramentas estatísticas e de previsão; planeamento da distribuição, através da criação
de planos operacionais para dar resposta às encomendas existentes e, por último,
planeamento de transporte que analisam o movimento de materiais e produtos da
empresa, assegurando que estes são entregues no momento e sítio certo e ao mais baixo
custo (Laudon e Laudon, 2007).
Por outro lado, os sistemas de execução da cadeia de abastecimento gerem o fluxo de produtos entre os centros de distribuição e armazéns, com intuito de assegurar que os produtos são entregues nos sítios certos do modo mais eficiente. Estes sistemas têm como principais funcionalidades: dar resposta aos compromissos das encomendas, transmitindo aos elementos da organização qual o plano de encomendas e disponibilidade dos materiais e produtos a serem fornecidos; gestão da distribuição,
coordenando o processo de transporte de bens entre fornecedor, distribuidor e cliente final e gestão dos stocks (Laudon e Laudon, 2007).
A Internet tem contribuído para uma crescente eficiência dos processos da cadeia de abastecimento. Essa tecnologia proporciona uma melhor integração da cadeia de abastecimento, através da Intranet que melhora a coordenação dos processos internos da cadeia de abastecimento e da Extranet que ajuda a coordenar os processos da cadeias de que a organização partilha com os seus parceiros de negócio (O´Brien et al., 2008).
Através da implementação de um sistema integrado de gestão da cadeia de abastecimento as empresas dão resposta à procura dos clientes, reduzem níveis de inventário, melhoram o serviço de distribuição, aceleram a entrada do produto no mercado e usam os seu activos de forma mais eficiente.

3.7.IMPACTO DAS TI NAS EMPRESAS

3.7.1. O PAPEL DOS SITEMAS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

A Informação terá que ser vista como um recurso extremamente importante nas
organizações, tão importante como o capital ou as pessoas, visto que sem Informação
adequada não podem sobreviver, pelo que este recurso deverá ser gerido de forma a tirar
o maior proveito possível (Serrano et al, 2004).
Atualmente, muitas organizações têm Sistemas de Informação que contribuem para a
eficiência da gestão e para mais facilmente atingirem os objetivos, pelo que nas
modernas organizações a Informação é um recurso muito importante, usado na
implementação e controle da estratégia (Rascão, 2004).
Entender a importância dos Sistemas de Informação é um imperativo no mundo dos
negócios, face à internacionalização e globalização dos mercados. Esse entendimento
terá que passar pela relevância dada aos Sistemas de Informação suportados pelas
Tecnologias de Informação e pelo seu impacto nas pessoas e nas organizações
(Applegate et al., 2007).
Um bom entendimento do uso dos SI e das Tecnologias de Informação ajudará a iniciar
projetos com expectativas mais realistas, desenvolver planos melhores, trabalhar com
mais eficiência e realizar mais sustentadamente a implementação da estratégia de
negócio, visto que a tecnologia permite processar mais rapidamente a informação,
proporcionando aos gestores o acesso a mais e melhor informação (Rascão, 2004).
Os gestores com acesso às Tecnologias de Informação podem contar agora, por
exemplo, com informação permanente sobre a situação dos stocks, podem acompanhar
a evolução diária das vendas e dos indicadores de gestão e os problemas podem ser
analisados de uma forma mais sofisticada, de modo a informar melhor os decisores
sobre a tomada de decisão (Serrano et al, 2004).
Os atuais avanços tecnológicos estão a obrigar as organizações a mudanças e
adaptações a velocidade sem precedentes. Estratégias empresariais que parecem
interessantes, hoje, podem-se revelar amanhã obsoletas (O´Brien et al., 2008).
Segundo Rascão (2004), a crescente relevância das Tecnologias de Informação tem
contribuído para profundas mudanças no mundo de negócios. A era da produção em
série está a dar lugar à produção de acordo com as necessidades do mercado, em que a
diversificação não será mais cara que a padronização. Para Rascão (2004), agora o
cliente é que dita as leis do mercado, por isso a produção em série transforma-se em
capacidade flexível orientada para o cliente. Por outro lado, as empresas globalizam os
seus mercados enquanto reduzem a sua dimensão, a hierarquia funcional cede lugar às
interações em redes e as relações económicas passam de aquisições e incorporações
para alianças estratégicas.
Os Sistemas de Informação e respectivas tecnologias utilizadas são um instrumento que
pode optimizar a comunicação e o processo de tomada de decisões nas organizações,
pelo que é conveniente lembrar que a comunicação e o processo de decisão são dois
fatores preponderantes na eficiência e eficácia das organizações. Os sistemas de
informação podem proporcionar maior qualidade a menor custo aos produtos e serviços
da empresa, tendo sempre como objetivo primordial proporcionar valor acrescentado
aos seus clientes (Serrano et al, 2004).

3.7.2.IMPACTOS ORGANZACIONAIS

A informação é um recurso estratégico que tanto mede o sucesso de negócio, como
proporciona oportunidades para a diversificação. As PME fazem parte da sociedade da
informação e se querem efetivamente competir, precisam de aceder e utilizar a
informação de modo estratégico (Levy e Powell, 2005).
Para que a implementação de Tecnologias de Informação seja bem sucedida, as
organizações devem conseguir apropriar-se dos seus benefícios e integrá-las com outras
ferramentas de gestão, sendo uma das condições básicas considerar a adopção das
tecnologias como uma variável de decisão estratégica, com a consciência de que os benefícios realmente significativos virão a médio e longo prazo, afirmam Applegate et
al., 2007.
Para identificar e compreender os impactos que as aplicações de TI provocam na
organização é fundamental ser feita uma análise abrangente, que não se restrinja apenas
aos aspectos de carácter técnico e funcional das aplicações, mas também ao alinhamento
entre as tecnologias de informação e as estratégias das áreas de negócio da empresa.
Este alinhamento estratégico terá que estar associado a uma clara visão estratégica
dentro da organização (O´Brien et al., 2008).
A existência dessa visão estratégica poderá ser um fator chave no sucesso da
implementação de Tecnologias de Informação na organização. O desenvolvimento de
uma visão que, no contexto estratégico, seja capaz de alinhar não só as estratégias de
negócio, de organização e de Tecnologias de Informação, mas também, de abranger a
estratégica competitiva e os modelos organizacionais será um requisito fundamental
para o impacto positivo das tecnologias de informação na organização e consequentes
benefícios ao nível de produtividade e competitividade do negócio (Laudon e Laudon,
2007).
Inerente à excelência de uma empresa está a capacidade que esta tem de recolher, organizar e analisar a informação, no sentido de implementar mudanças que serão integradas no processo de melhoria contínua da atividade da empresa. As tecnologias de informação proporcionam um maior fluxo da informação na organização, o que contribui para uma maior coordenação das atividades com os seus clientes e fornecedores, resultando numa ampliação das dimensões competitivas da sua estratégia e consequente diferenciação face à concorrência (Escrivão e Filho, 2000).
Segundo Laudon e Laudon (2007) para os Sistemas de Informação e respectivas tecnologias proporcionarem benefícios à empresa é fundamental que sejam implementados com um claro conhecimento da organização em que serão utilizados. Os principais fatores organizacionais para serem tomados em conta aquando do planeamento de um novo sistema de informação é:
·         O meio envolvente em que a organização está inserida e onde exerce a sua
atividade;
·         A estrutura da organização, nomeadamente a hierarquia, rotinas e processos de
negócio;
·         As políticas e cultura da organização;
·         Qual o tipo de gestão e liderança na organização;
·         Quais os principais grupos de interesse afetados pelo sistema e qual o perfil dos colaboradores que irão ter acesso ao novo sistema;
·          Qual o tipo de tarefas, decisões e processos de negócio que serão abrangidas pelo sistema de informação.

3.7.3.IMPACTO NA COMPETIVIDADE

Segundo Levy e Powell (2005), o papel dos Sistemas e Tecnologias de Informação é não só contribuir para a eficiência operacional, mas também para acrescentar valor ao negócio das empresas. A informação pode ser usada para criar vantagens competitivas, alterar as bases da concorrência, reduzir os custos pela automação, coordenar melhor as atividades afastadas geograficamente, cativar os clientes pela oferta de melhor informação sobre produtos, melhorar qualidade e serviços prestados e criar oportunidades de negócio (Rascão, 2004).
Para a informação acrescentar valor ao negócio da empresa é fundamental que exista
uma estratégia de SI/TI que seja parte integrante da estratégia de negócio. Para Levy e
Powell (2005), muitas PME tendem a encarar a estratégia de SI como uma resposta a
uma necessidade do seu negócio. Desta forma, acabam por perder a oportunidade de
obterem vantagens competitivas através das TI.
Portanto, é fulcral que se verifique um alinhamento entre estratégia de negócio e
estratégia de SI/TI na organização.
Os SI/TI são um recurso organizacional que deve ser ponderado na formulação da estratégia empresarial.
Ao definir a sua estratégia a empresa terá que ter em conta o meio envolvente em que
está inserida, identificando de forma rigorosa que oportunidades e ameaças o exterior
lhe proporciona. A análise do meio envolvente é complementada com um levantamento
dos pontos fortes e fracos inerentes à atividade da organização. A estratégia a ser
definida utilizará os pontos fortes da organização para aproveitar as oportunidades da
envolvente, minimizando os pontos fracos para evitar potenciais ameaças.
O modelo das 5 forças competitivas desenvolvido por Porter (1980) permite compreender melhor o meio envolvente competitivo em que a organização está inserida e de que forma pode obter vantagem competitiva (Laudon e Laudon, 2007). O modelo assenta no pressuposto que toda e qualquer organização está inserida dentro de determinada “indústria” e, para obter sucesso, terá que se relacionar de modo efectivo com as forças competitivas existentes nessa indústria. A empresa interage com os seus clientes, fornecedores e concorrentes, existindo paralelamente, pressões de potenciaisnovos concorrentes que pretendam entrar nessa indústria em particular e de outros que
possuem produtos/serviços substitutos (O´Brien et al., 2008). A compreensão destas interações, bem como as suas implicações em termos de oportunidades que podem conferir vantagens competitivas, são vitais para o sucesso da organização.
Enquanto que o potencial de novas entradas surge estritamente associado ao nível
existente de barreiras à entrada e à expectativa existente de retaliação por parte dos
atuais concorrentes, a ameaça de produtos/serviços substitutos impõe limites máximos
aos preços cobrados e poderá diminuir margens de lucro. O poder negocial dos fornecedores e clientes reflete-se nos preços, prazos de pagamento, prazos de entrega e qualidade oferecida. Quanto maior o poder negocial do cliente, mais exigente o cliente é em termos de qualidade e preço pretendidos.
O maior poder negocial dos fornecedores, provoca um maior custo e menor disponibilidade dos fornecimentos (O´Brien et al., 2008).
Uma elevada rivalidade entre os actuais concorrentes assenta na competição de preços, campanhas de marketing e desenvolvimento de novos produtos e serviços.
Segundo Porter (1980), com base na interacção da organização com estas forças competitivas e no sentido de obter vantagem competitiva utilizando SI/TI, a empresa deverá optar por uma das seguintes 3 estratégias de negócio genéricas: liderança pelos baixos custos, diferenciação dos seus produtos e serviços ou se focalizar em determinado nicho de mercado e aí adoptar uma estratégia de baixo custo ou diferenciação (Laudon e Laudon, 2007).
As oportunidades proporcionadas pelos SI/TI para cada força competitiva são apresentadas na seguinte figura:

Força Competitiva
Como SI/TI podem criar
vantagem competitiva
Explicação
Ameaça de novas
Entradas
Como os SI/TI promovem
barreira à entrada?
Os SI/TI podem mudar as
condições necessárias para
uma empresa entrar no
mercado.
Poder negocial dos
clientes
Como os SI/TI promovem
barreira à entrada?
Os SI/TI podem contribuir
para a diferenciação do
produto/serviço e uma
melhor relação
preço/qualidade.
Poder negocial dos
fornecedores
Como os SI/TI podem
mudar o equilíbrio de poder
da empresa com os seus
fornecedores?
Os SI/TI contribuem para um
melhor planeamento das
necessidades da organização
e controlo de qualidade dos
fornecedores.
Ameaça de produtos
substitutos
Como os SI/TI podem gerar
novos produtos ou
serviços?
A informação gerada pelos
SI/TI pode proporcionar
oportunidades para o
desenvolvimento de novos
produtos
Rivalidade entre os
competidores
Como os SI/TI podem
mudar a base de
competição?
Ao melhorarem a relação
preço/qualidade e
diferenciarem
produtos/serviços, os SI
poderão contribuir para a
reengenharia do negócio.
Figura 11 - TI e as 5 forças competitivas de Porter
Segundo Levy e Powell (2005) os Sistemas e Tecnologias de Informação (SI/TI) podem
alterar qualquer uma das cinco forças competitivas e, com isso, alterar a atratividade
dessa indústria. Os SI/TI podem ter um forte impacto nas relações entre fornecedores,
empresa e clientes. Ao serem criadas autênticas redes de cooperação, (SI/TI) tornam-se
comuns entre os diversos elementos da envolvente, dissipando-se as fronteiras e resistência à colaboração entre esses mesmos elementos. Aplicações empresariais como o SCM ou CRM, são de grande relevância para optimização da interação da empresa com os seus fornecedores e clientes.
A flexibilidade crescente em atividades que acrescentam valor, combinada com a redução de custos no desenvolvimento de produtos, abrira novas oportunidades de diferenciação e de servir pequenos nichos de mercado com necessidades específicas.
Alterando a natureza e o valor de um produto ou serviço, afetando a procura dessa
produto ou serviço, segmentando eficazmente o mercado ou estendendo-o
geograficamente, criando novos canais de distribuição, ou afetando a estrutura de
custos de determinada indústria, os Sistemas e respectivas Tecnologias de Informação
assumem-se como uma fonte de vantagem competitiva.
Este modelo tem grande relevância para uma melhor compreensão de quais as áreas
estratégicas chave onde as PME podem retirar benefícios através da utilização de
Sistemas e Tecnologias de Informação (Levy e Powell, 2005).

4.DESENVOLVIMENTO

Informação, Sistemas de Informação e Tecnologias de Informação, são conceitos com
inúmeras interpretações de diferentes autores e, sendo elementos fundamentais para a
gestão das empresas, é importante apresentar definições concretas e rigorosas destas
palavras-chave.
O termo tecnologias de informação (TI) pode ser definido como o conjunto de
processos cognitivos (software) e materiais (hardware) necessários para a realização de
uma atividade de captação, processamento, memorização ou emissão da informação.
Atualmente, muitas empresas estão a usar as tecnologias de informação para
desenvolver a integração de sistemas empresariais que mudam as funções de negócio
tradicionais, no sentido de promover a reengenharia e a optimização de processos de
negócio vitais para toda a organização (O´Brien et al. 2008). Estas empresas vêem as
aplicações empresariais como um meio estratégico, no sentido de usar as TI para
partilhar informação, aumentar a eficiência dos processos de negócio e desenvolver
relações estratégicas com os clientes, fornecedores e parceiros de negócio.

Os sistemas empresariais (ERP) consistem em packages de software que utilizam uma
única base de dados, que permite a integração, em tempo real de todos os Sistemas de
Informação transacionais e processos de negócio da organização. Esta base de dados
recolhe dados dos vários departamentos da empresa e dos processos de negócio da
organização relativos à produção, finanças, vendas e marketing e recursos humanos,
tornando os dados acessíveis para aplicações que suportam as atividades de negócio da
organização.
Os sistemas empresariais (ERP) consistem em packages de software que utilizam uma
única base de dados, que permite a integração, em tempo real de todos os Sistemas de
Informação transacionais e processos de negócio da organização. Esta base de dados
recolhe dados dos vários departamentos da empresa e dos processos de negócio da
organização relativos à produção, finanças, vendas e marketing e recursos humanos,
tornando os dados acessíveis para aplicações que suportam as atividades de negócio da
organização.
O papel dos Sistemas e Tecnologias de Informação é não só contribuir para a eficiência operacional, mas também para acrescentar valor ao negócio das empresas. A informação pode ser usada para criar vantagens competitivas, alterar as bases da concorrência, reduzir os custos pela automação, coordenar melhor as atividades afastadas geograficamente, cativar os clientes pela oferta de melhor informação sobre produtos, melhorar qualidade e serviços prestados e criar oportunidades de negócio.

5. CONCLUSÃO

Considerando o objeto de estudo do presente trabalho sobre as Tecnologias
de Informação, as questões inerentes à pesquisa que serviu de base à sua elaboração, os
objetivos propostos, o levantamento teórico do tema e os dados obtidos junto com  atividade.
Este estudo confirmou a tendência do aumento de investimento em TI de acordo com os resultados obtidos no inquérito realizado. Segundo o
IDC (2008) o investimento em TI continuará a crescer a uma taxa média anual de 8%, o
que poderá ser explicado pela crescente aposta dos gestores na incorporação tecnológica
para aumentar a produtividade e competitividade das suas organizações.
Num mercado global em que estão sujeitas a uma concorrência cada vez mais feroz, as
PME sentem o peso da sua menor dimensão e do seu reduzido poder negocial. Neste
ambiente, as PME têm que apostar nos seus pontos fortes e vantagens competitivas que
as diferenciam das empresas de maior dimensão: a sua capacidade de inovação, flexibilidade, ou seja, adaptação rápida a diferentes contextos e a eficiência com que conseguem desenvolver novos produtos e colocá-los no mercado. A agilidade das PME abre-lhes oportunidades para uma maior agressividade comercial em novos produtos e serviços e novos processos de negócio.
Este estudo comprovou que as Tecnologias de Informação são uma arma competitiva fundamental. O investimento feito em TI tem que ser focado em objetivos concretos que permitam à empresa integrar os seus recursos e processos de negócio e aumentar a sua flexibilidade e agilidade, otimizando os recursos afectos à atividade de controlo e gestão, possibilitando que a organização se foque no desenvolvimento do seu negócio e das suas competências core.
O carácter flexível e inovador de grande parte das PME é favorecido pelo facto de
estarem focadas em nichos de mercado e de possuírem reduzidas linhas de produto. As
PME diferenciam-se pela sua capacidade de darem uma resposta rápida às mudanças de
necessidades dos seus clientes. Ferramentas como os sistemas de CRM são exemplo de aplicações que contribuem para um melhor atendimento aos clientes, possibilitando o aconselhamento de novos produtos e serviços no sentido de captar e fidelizar um maior número de clientes.
No sentido de as PME aumentarem a sua eficiência e produtividade, os sistemas de ERP
oferecem um grande potencial de benefícios e que podem resolver, fundamentalmente,
problemas de integração de aplicações e contribuir para a disciplina de regras e procedimentos na organização, proporcionando uma oportunidade para que os processos organizacionais tradicionais sejam modificados e otimizados. Os resultados do questionário apresentado neste estudo confirmam a grande relevância e presença das aplicações de ERP nas PME.
Este estudo permitiu também identificar quais as aplicações empresariais que no contexto das PME têm vindo a ganhar maior relevância. Soluções como o Business Inteligence são adequadas para gestores que necessitam de ter informação em tempo real que minimize os riscos de tomada de decisão.
Numa óptica de redução de custos e rigor orçamental, destacam-se as soluções de SaaS
(Software as a Service) que permitem reduzir os custos de implementação e de manutenção associados ao investimento em packages de software feito pelas organizações, ou aplicações de gestão documental que contribuem para um aumento da eficiência dos processos de trabalho.
A elaboração deste trabalho permitiu ainda aferir que uma insuficiência de recursos
financeiro, técnicos e de gestão na organização constrange a capacidade das PME
gerirem eficazmente os diferentes problemas e eventuais dificuldades geradas pela
implementação de soluções tecnológicas. O facto de a empresa não possuir recursos
financeiros ou know-how suficientes para suportar a implementação de soluções de TI,
poderá levar a que se verifique, tal como destacado pelos respondentes do inquérito apresentado neste trabalho, uma resistência interna à mudança ou mesmo que a organização possa incorrer em custos acrescidos com o investimento em TI. Um planeamento deficiente ao nível do investimento em Tecnologias de Informação e uma escolha menos adequada do software empresarial poderá levar à inadequação dos processos de negócio da empresa à solução tecnológica a ser implementada e consequente perda de vantagem competitiva perante os concorrentes e uma deterioração da sua imagem perante fornecedores e clientes.
Para a otimização do planeamento e gestão de investimento em TI e o aumento do retorno do investimento efetuado é fundamental para as PME que consigam definir objetivos concretos de investimento em TI que estejam alinhados com os objetivos estratégicos da organização, sendo essencial o papel do gestor ao fomentar a mudança de processos de negócios, politicas e hábitos organizacionais.
Além do suporte aos processos operacionais, as TI geram uma quantidade avultada de
informação que deve ser utilizada pela organização para aumentar o conhecimento
sobre: si própria, ou seja, o seu nível de desempenho e as suas competências; as entidades externas cuja colaboração é essencial param o sucesso do negócio, que engloba a relação da organização com os seus fornecedores e clientes e, por último, a sua capacidade para influenciar o ambiente externo em benefício próprio O desenvolvimento de uma visão clara que seja capaz de não só alinhar as estratégias de negócio da organização e de tecnologias de informação, mas também, de abranger a estratégia competitiva e os modelos organizacionais, será um requisito fundamental para o impacto positivo das Tecnologias de Informação na organização e consequentes benefícios ao nível de produtividade e competitividade do negócio.
Este estudo teve um carácter abrangente na forma de abordar o impacto das Tecnologias
de Informação no segmento das PME. Uma outra solução possível, igualmente relevante, seria direcionar o estudo para o impacto das TI em determinado sector de atividade, aprofundando, de acordo com o contexto da atividade de negócio das empresas nesse sector, quais as soluções concretas que as Tecnologias de Informação têm para oferecer para os vários departamentos das empresa no sentido de obterem vantagem competitiva no sector em que estão inseridas.
Um outro tipo de estudo poderia considerar uma perspectiva mais aprofundada, orientada para a análise de um caso concreto de implementação de soluções de Tecnologias de TI em determinada PME e quais impactos que esses investimentos geraram na empresa.

6. BIBLIOGRÁFIA

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http://www.eicpme.iapmei.pt/eicpme_art_03.php?actual=0&temaid=24&temas
ubid=176&id=435


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